sábado, 2 de abril de 2011

O Homem de Cabeça de Papelão - João do Rio



Pessoas, como estou muito atarefado neste final de semana colocarei aqui um dos melhores contos que li da literatura nacional. É uma crítica muito boa ao senso comum. Espero que gostem.


"No País que chamavam de Sol, apesar de chover, às vezes, semanas inteiras, vivia um homem de nome Antenor. Não era príncipe. Nem deputado. Nem rico. Nem jornalista. Absolutamente sem importância social.

O País do Sol, como em geral todos os países lendários, era o mais comum, o menos surpreendente em idéias e práticas. Os habitantes afluíam todos para a capital, composta de praças, ruas, jardins e avenidas, e tomavam todos os lugares e todas as possibilidades da vida dos que, por desventura, eram da capital. De modo que estes eram mendigos e parasitas, únicos meios de vida sem concorrência, isso mesmo com muitas restrições quanto ao parasitismo. Os prédios da capital, no centro elevavam aos ares alguns andares e a fortuna dos proprietários, nos subúrbios não passavam de um andar sem que por isso não enriquecessem os proprietários também. Havia milhares de automóveis à disparada pelas artérias matando gente para matar o tempo, cabarets fatigados, jornais, tramways, partidos nacionalistas, ausência de conservadores, a Bolsa, o Governo, a Moda, e um aborrecimento integral. Enfim tudo quanto a cidade de fantasia pode almejar para ser igual a uma grande cidade com pretensões da América. E o povo que a habitava julgava-se, além de inteligente, possuidor de imenso bom senso. Bom senso! Se não fosse a capital do País do Sol, a cidade seria a capital do Bom Senso!


Precisamente por isso, Antenor, apesar de não ter importância alguma, era exceção mal vista. Esse rapaz, filho de boa família (tão boa que até tinha sentimentos), agira sempre em desacordo com a norma dos seus concidadãos.


Desde menino, a sua respeitável progenitora descobriu-lhe um defeito horrível: Antenor só dizia a verdade. Não a sua verdade, a verdade útil, mas a verdade verdadeira. Alarmada, a digna senhora pensou em tomar providências. Foi-lhe impossível. Antenor era diverso no modo de comer, na maneira de vestir, no jeito de andar, na expressão com que se dirigia aos outros. Enquanto usara calções, os amigos da família consideravam-no umenfant terrible, porque no País do Sol todos falavam francês com convicção, mesmo falando mal. Rapaz, entretanto, Antenor tornou-se alarmante. Entre outras coisas, Antenor pensava livremente por conta própria. Assim, a família via chegar Antenor como a própria revolução; os mestres indignavam-se porque ele aprendia ao contrario do que ensinavam; os amigos odiavam-no; os transeuntes, vendo-o passar, sorriam.

Uma só coisa descobriu a mãe de Antenor para não ser forçada a mandá-lo embora: Antenor nada do que fazia, fazia por mal. Ao contrário. Era escandalosamente, incompreensivelmente bom. Aliás, só para ela, para os olhos maternos. Porque quando Antenor resolveu arranjar trabalho para os mendigos e corria a bengala os parasitas na rua, ficou provado que Antenor era apenas doido furioso. Não só para as vítimas da sua bondade como para a esclarecida inteligência dos delegados de polícia a quem teve de explicar a sua caridade.


Com o fim de convencer Antenor de que devia seguir os tramitas legais de um jovem solar, isto é: ser bacharel e depois empregado público nacionalista, deixando à atividade da canalha estrangeira o resto, os interesses congregados da família em nome dos princípios organizaram vários meetingscomo aqueles que se fazem na inexistente democracia americana para provar que a chave abre portas e a faca serve para cortar o que é nosso para nós e o que é dos outros também para nós. Antenor, diante da evidência, negou-se.

— Ouça! bradava o tio. Bacharel é o princípio de tudo. Não estude. Pouco importa! Mas seja bacharel! Bacharel você tem tudo nas mãos. Ao lado de um político-chefe, sabendo lisonjear, é a ascensão: deputado, ministro.


— Mas não quero ser nada disso.


— Então quer ser vagabundo?

— Quero trabalhar.

— Vem dar na mesma coisa. Vagabundo é um sujeito a quem faltam três coisas: dinheiro, prestígio e posição. Desde que você não as tem, mesmo trabalhando — é vagabundo.

— Eu não acho.


— É pior. É um tipo sem bom senso. É bolchevique. Depois, trabalhar para os outros é uma ilusão. Você está inteiramente doido.

Antenor foi trabalhar, entretanto. E teve uma grande dificuldade para trabalhar. Pode-se dizer que a originalidade da sua vida era trabalhar para trabalhar. Acedendo ao pedido da respeitável senhora que era mãe de Antenor, Antenor passeou a sua má cabeça por várias casas de comércio, várias empresas industriais. Ao cabo de um ano, dois meses, estava na rua. Por que mandavam embora Antenor? Ele não tinha exigências, era honesto como a água, trabalhador, sincero, verdadeiro, cheio de idéias. Até alegre — qualidade raríssima no país onde o sol, a cerveja e a inveja faziam batalhões de biliosos tristes. Mas companheiros e patrões prevenidos, se a princípio declinavam hostilidades, dentro em pouco não o aturavam. Quando um companheiro não atura o outro, intriga-o. Quando um patrão não atura o empregado, despede-o. É a norma do País do Sol. Com Antenor depois de despedido, companheiros e patrões ainda por cima tomavam-lhe birra. Por que? É tão difícil saber a verdadeira razão por que um homem não suporta outro homem!

Um dos seus ex-companheiros explicou certa vez:


— É doido. Tem a mania de fazer mais que os outros. Estraga a norma do serviço e acaba não sendo tolerado. Mau companheiro. E depois com ares...

O patrão do último estabelecimento de que saíra o rapaz respondeu à mãe de Antenor:

— A perigosa mania de seu filho é por em prática idéias que julga próprias.

— Prejudicou-lhe, Sr. Praxedes?

Não. Mas podia prejudicar. Sempre altera o bom senso. Depois, mesmo que seu filho fosse águia, quem manda na minha casa sou eu.

No País do Sol o comércio ë uma maçonaria. Antenor, com fama de perigoso, insuportável, desobediente, não pôde em breve obter emprego algum. Os patrões que mais tinham lucrado com as suas idéias eram os que mais falavam. Os companheiros que mais o haviam aproveitado tinham-lhe raiva. E se Antenor sentia a triste experiência do erro econômico no trabalho sem a norma, a praxe, no convívio social compreendia o desastre da verdade. Não o toleravam. Era-lhe impossível ter amigos, por muito tempo, porque esses só o eram enquanto. não o tinham explorado.

Antenor ria. Antenor tinha saúde. Todas aquelas desditas eram para ele brincadeira. Estava convencido de estar com a razão, de vencer. Mas, a razão sua, sem interesse chocava-se à razão dos outros ou com interesses ou presa à sugestão dos alheios. Ele via os erros, as hipocrisias, as vaidades, e dizia o que via. Ele ia fazer o bem, mas mostrava o que ia fazer. Como tolerar tal miserável? Antenor tentou tudo, juvenilmente, na cidade. A digníssima sua progenitora desculpava-o ainda.

— É doido, mas bom.

Os parentes, porém, não o cumprimentavam mais. Antenor exercera o comércio, a indústria, o professorado, o proletariado. Ensinara geografia num colégio, de onde foi expulso pelo diretor; estivera numa fábrica de tecidos, forçado a retirar-se pelos operários e pelos patrões; oscilara entre revisor de jornal e condutor de bonde. Em todas as profissões vira os círculos estreitos das classes, a defesa hostil dos outros homens, o ódio com que o repeliam, porque ele pensava, sentia, dizia outra coisa diversa.


— Mas, Deus, eu sou honesto, bom, inteligente, incapaz de fazer mal...

— É da tua má cabeça, meu filho.

— Qual?


— A tua cabeça não regula.


— Quem sabe?


Antenor começava a pensar na sua má cabeça, quando o seu coração apaixonou-se. Era uma rapariga chamada Maria Antônia, filha da nova lavadeira de sua mãe. Antenor achava perfeitamente justo casar com a Maria Antônia. Todos viram nisso mais uma prova do desarranjo cerebral de Antenor. Apenas, com pasmo geral, a resposta de Maria Antônia foi condicional.


— Só caso se o senhor tomar juízo.

— Mas que chama você juízo?


— Ser como os mais.


— Então você gosta de mim?

— E por isso é que só caso depois.

Como tomar juízo? Como regular a cabeça? O amor leva aos maiores desatinos. Antenor pensava em arranjar a má cabeça, estava convencido.

Nessas disposições, Antenor caminhava por uma rua no centro da cidade, quando os seus olhos descobriram a tabuleta de uma "relojoaria e outros maquinismos delicados de precisão". Achou graça e entrou. Um cavalheiro grave veio servi-lo.


— Traz algum relógio?


— Trago a minha cabeça.


— Ah! Desarranjada?


— Dizem-no, pelo menos.


— Em todo o caso, há tempo?


— Desde que nasci.


— Talvez imprevisão na montagem das peças. Não lhe posso dizer nada sem observação de trinta dias e a desmontagem geral. As cabeças como os relógios para regular bem...

Antenor atalhou:

— E o senhor fica com a minha cabeça?

— Se a deixar.

— Pois aqui a tem. Conserte-a. O diabo é que eu não posso andar sem cabeça...


— Claro. Mas, enquanto a arranjo, empresto-lhe uma de papelão.


— Regula?

— É de papelão! explicou o honesto negociante. Antenor recebeu o número de sua cabeça, enfiou a de papelão, e saiu para a rua.


Dois meses depois, Antenor tinha uma porção de amigos, jogava o pôquer com o Ministro da Agricultura, ganhava uma pequena fortuna vendendo feijão bichado para os exércitos aliados. A respeitável mãe de Antenor via-o mentir, fazer mal, trapacear e ostentar tudo o que não era. Os parentes, porem, estimavam-no, e os companheiros tinham garbo em recordar o tempo em que Antenor era maluco.


Antenor não pensava. Antenor agia como os outros. Queria ganhar. Explorava, adulava, falsificava. Maria Antônia tremia de contentamento vendo Antenor com juízo. Mas Antenor, logicamente, desprezou-a propondo um concubinato que o não desmoralizasse a ele. Outras Marias ricas, de posição, eram de opinião da primeira Maria. Ele só tinha de escolher. No centro operário, a sua fama crescia, querido dos patrões burgueses e dos operários irmãos dos spartakistas da Alemanha. Foi eleito deputado por todos, e, especialmente, pelo presidente da República — a quem atacou logo, pois para a futura eleição o presidente seria outro. A sua ascensão só podia ser comparada à dos balões. Antenor esquecia o passado, amava a sua terra. Era o modelo da felicidade. Regulava admiravelmente.


Passaram-se assim anos. Todos os chefes políticos do País do Sol estavam na dificuldade de concordar no nome do novo senador, que fosse o expoente da norma, do bom senso. O nome de Antenor era cotado. Então Antenor passeava de automóvel pelas ruas centrais, para tomar pulso à opinião, quando os seus olhos deram na tabuleta do relojoeiro e lhe veio a memória.


— Bolas! E eu que esqueci! A minha cabeça está ali há tempo... Que acharia o relojoeiro? É capaz de tê-la vendido para o interior. Não posso ficar toda vida com uma cabeça de papelão!

Saltou. Entrou na casa do negociante. Era o mesmo que o servira.


— Há tempos deixei aqui uma cabeça.

— Não precisa dizer mais. Espero-o ansioso e admirado da sua ausência, desde que ia desmontar a sua cabeça.

— Ah! fez Antenor.

— Tem-se dado bem com a de papelão? — Assim...

— As cabeças de papelão não são más de todo. Fabricações por séries. Vendem-se muito.


— Mas a minha cabeça?


— Vou buscá-la.


Foi ao interior e trouxe um embrulho com respeitoso cuidado.

— Consertou-a?


— Não.


— Então, desarranjo grande?


O homem recuou.

— Senhor, na minha longa vida profissional jamais encontrei um aparelho igual, como perfeição, como acabamento, como precisão. Nenhuma cabeça regulará no mundo melhor do que a sua. É a placa sensível do tempo, das idéias, é o equilíbrio de todas as vibrações. O senhor não tem uma cabeça qualquer. Tem uma cabeça de exposição, uma cabeça de gênio, hors-concours.


Antenor ia entregar a cabeça de papelão. Mas conteve-se.

— Faça o obséquio de embrulhá-la.


— Não a coloca?

— Não.


— V.EX. faz bem. Quem possui uma cabeça assim não a usa todos os dias. Fatalmente dá na vista.

Mas Antenor era prudente, respeitador da harmonia social.

— Diga-me cá. Mesmo parada em casa, sem corda, numa redoma, talvez prejudique.

— Qual! V.EX. terá a primeira cabeça.

Antenor ficou seco.

— Pode ser que V., profissionalmente, tenha razão. Mas, para mim, a verdade é a dos outros, que sempre a julgaram desarranjada e não regulando bem. Cabeças e relógios querem-se conforme o clima e a moral de cada terra. Fique V. com ela. Eu continuo com a de papelão.

E, em vez de viver no País do Sol um rapaz chamado Antenor, que não conseguia ser nada tendo a cabeça mais admirável — um dos elementos mais ilustres do País do Sol foi Antenor, que conseguiu tudo com uma cabeça de papelão."

sábado, 26 de março de 2011

Andando de Ônibus


Esta semana estava pensando na arte que é andar de ônibus aqui no Rio de Janeiro, mas creio que isso se aplica em praticamente todas as cidades do Brasil. Primeiramente vamos aos problemas de ordem logística.

O trânsito no Rio já beira o caótico. Da minha casa até o trabalho, um trajeto que, de carro, leva perto de 25 minutos eu faço de ônibus em 1h e 30min. Engarrafamentos constantes, aliás até estranho quando não os pego (o que é muito raro), nas principais vias da cidade. Quando chove então... já saio 20 min mais cedo para chegar apenas 15min atrasado. Vejo as obras de infraestrutura para as olimpíadas e a copa começando a chegar (finalmente) a essas vias no qual trafego diariamente. Fico imaginando o quão cedo terei que acordar quando começarem a interditar partes das estradas.

E as passagens de ônibus? 2,40 pelo serviço oferecido eu acho, particularmente, muito caro. Ainda mais para quem ganha o mínimo do estado (felizmente não é o meu caso), mesmo com o cartão de integração. Ônibus lotados, quebrados, sujos, mal planejados e com motoristas/cobradores mal educados (na sua maioria). Sem contar que a frequência no qual eles passam é muito baixa... constantemente espero até 20 min no ponto por qualquer um dos ônibus que me servem (4 linhas). Ainda no quesito preço... pagar 6 reias por um ônibus com ar condicionado em um trajeto relativamente curto é praticamente um assalto legalizado.

A condução dos veículos, também, me preocupa. Se qualquer passageiro filmasse uma ida ao trabalho e postasse no youtube com o título "Veloses e Furiosos - Rio" certamente receberia muitas visitas. Uma série de imprudências, infrações de transito e desrespeitos. O que me deixa mais puto é ver um idoso deixado com o braço estendido olhando o ônibus passar e o motorista fazendo de conta que observa alguma outra coisa do lado oposto da rua... sem contar os inúmeros estudantes da rede pública que também passam por essa situação.

Infelizmente a aventura não acontece somente do lado de fora do ônibus... os passageiros contribuem para o espetáculo. A falta de respeito impera quase como um pré-requisito para poder embarcar. Como eu pego minhas conduções sempre (no caso da ida) no ponto final eu vou, logicamente, sempre sentado. Antigamente, mas não há tanto tempo assim, no auge do meus cabelos soltos e grandes e a barba de um xiita e com as minhas tatuagens a mostra eu "gozava" de um privilégio muito bom... poder ir ao lugares sentado e SEMPRE com o lugar vago ao meu lado, mesmo com o ônibus lotado. Pois é, mais uma demonstração da boa educação da maior parcela da população. Claro que eu sei que essa educação é condicionada pelo senso comum que por sua vez é fomentada por processos históricos e pelos meios de comunicação, não vou hoje entrar nesse mérito, mas apenas quero evidenciar o comportamento que era obrigado a aguentar.

Mas não somente esse comportamento era irritante... pois não existia ação direta em mim. Outras ações, algumas recentes, irritam muito mais. Por exemplo... o cidadão que coloca a sua bela música no celular alto e sem fone. Como eu não sou uma pessoa casual meus gostos seguem o mesmo caminho... escuto um tipo de música que comecei aos meus 7 anos de idade (hoje tenho 28) e que não é uma música de fácil acesso as massas no Brasil. Logo, todas as vezes que alguém coloca seu celular a tocar música alta sempre me causa desconforto. O que custa um colocar um fone? Vou começar a andar com 2... na hora de descer pego de volta. Pessoas que não cedem lugar aos deficientes físicos, gestantes e idosos... e ainda sentam nos bancos reservados para eles e nem se quer se incomodam com isso. Por falar em ceder o lugar... desde quando ser gostosa/bonita é deficiência? Que porra é essa? Não sei se acontecem com vocês... mas muitas vezes estou eu lá sentado fazendo minhas coisas e alguém encosta no meu braço com uma mochila, bolsa, perna, braço, barriga (sempre sento no corredor) e quando olho é alguma guria que fica te olhando como se eu tivesse a obrigação de segurar os seus pertences ou ceder lugar... e quando não o faço e peço (na maioria da vezes educadamente) para desencostar recebo aquele olhar de "seu mal educado"... porra, não sou eu quem está esbarrando nos outros propositalmente para conseguir lugar. NUNCA cedo lugar pra mulher... vá lutar por mais um direito sexista e peça um ônibus somente para as mulheres... não conseguiram vagão no metrô? Tenho o maior prazer em ajudar nerds (homens e mulheres) com "300 kg" de material de estudo, mas segurar bolsinha de mulheres anorexas que seguem um padrão de beleza imposto pela sociedade... no way.

Pessoas que abrem a sua janela... o que é isso? Sério... se eu tivesse uma arma de choque era certo eletrocutar o cidadão que faz isso... mas como não tenho eu apenas volto a fechar a janela e fico encarando o sujeito. Caso me peçam para abrir, com educação, dependendo do que estou a fazer, até abro na maior boa vontade. Sendo racional e responsável, sempre abro a janela quando as circunstâncias requerem isso. Verão carioca, ônibus lotado... até eu peço pra abrir.

Crentes pregando no ônibus... existem dois níveis onde isso ocorre. O crente que prega para o ônibus inteiro, como se aquilo fosse a igreja dele... muito cristão essa falta de respeito para com os passageiros, se eu quisesse ser evangelizado iria ao lugar correto. E tem o crente que senta ao seu lado e tenta te converter... obviamente a minha aparência chama esse tipo gente, acho que na psique deles uma pessoa que nem eu convertida deve valer mais pontos.

Então... para aguentar tudo isso é preciso criar táticas especiais. Eu utilizo duas muito boas. Sempre levo meu Ipod Touch... não consigo mais sair de casa sem ele. Funciona bem em duas vias. A de não ter que aguentar as músicas dos outros, barulho de trânsito, motor, gente pregando ou conversando alto. E me dá tempo de escutar a coisa que mais gosto na vida... música. Já tenho tão pouco tempo para escutar música em casa que não perco essas oportunidades... é realmente juntar a fome com a vontade de comer. A outra é ler. Mas nunca leio nada que tenha que ler, como por exemplo textos pro mestrado, laboratório ou do trabalho. Leio o que não tenho tempo de ler em casa... literatura, biografias, história, filosofia, etc. Esse ano estou no meu segundo livro de ônibus. Li Ensaio sobre a Cegueira do Saramago, uma bela distopia, recomendo. E leio agora o livro que sempre quis ler, presente de um grande amigo, Ghost Rider: Travels on the Healing Road do Neil Peart... que conta a história de uma viagem feita por ele para se reencontrar após a perda da única filha e da esposa em um espaço de 10 meses. Viagem documentanda com belos relatos e descrição das belas paisagens misturadas com seus sentimentos. Recomendo com toda a certeza. Hum! Pra quem não sabe o Neil Peart é o baterista do Rush, minha banda favorita.

Bem gente, é isso.
Abração.

domingo, 20 de março de 2011

Vontade de Escrever


Cá estava eu com uma vontade muito grande de escrever hoje. Cheguei até a pensar em algum assunto mais polêmico que, convenhamos, faz mais meu estilo... mas não. Hoje eu queria apenas praticar a minha escrita, que não é das melhores. Fiquei pensando em como eu gostaria de ganhar a vida escrevendo colunas, artigos ou livros... uma atividade prazerosa e, isso pesa bastante, solitária.

Para mim seria perfeito... ficar em casa e sair apenas para o necessário... sem ter que me deparar com pessoas mal educadas, práticas sociais incômodas e diversas outras coisas que me deixam desconfortável. Poder sentar e ler o dia todo, poder acordar 8h da manhã em vez das 5h... poder dormir 2h da manhã em vez das 22h... ir ao cinema na primeira sessão, poder almoçar fora sem se preocupar com horário.

Tentarei escrever uma vez por semana no blog... sobre qualquer coisa. O que falta sempre é um incentivo... mas isso a gente arranja.